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É Sintoma de TDAH? Entenda o Transtorno.

Atualizado: 2 de jun. de 2022

O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento, resultado de uma maturação deficiente do sistema nervoso central. Sua causa é genética e afeta as funções executivas responsáveis pelo controle inibitório, memória, atenção, planejamento e organização. A pessoa diagnosticada com TDAH pode conviver muito bem com o transtorno sem prejuízos na sua qualidade de vida, Para tanto, é necessário conhecer o transtorno e entender como ele influencia no seu emocional interferindo diretamente nas suas atividades acadêmicas, laborais e sociais.

Imagem Richard Duijnstee

Quem tem TDAH geralmente apresenta outras comorbidades como a Ansiedade, que é uma característica muito comum. A ansiedade, quando mal administrada, também afeta as funções executivas prejudicando ainda mais as rotinas do indivíduo com TDAH, sejam em sua vida acadêmica, profissional ou pessoal. A pessoa com TDAH sofre com a procrastinação, com a falta de planejamento e organização do tempo.

O TDAH que pode ser do tipo: desatento, hiperativo ou combinado, na maioria das vezes produz no indivíduo um sentimento de menos valia fazendo com que se compare frequentemente com outras pessoas, refletindo numa baixa auto estima. As dificuldades percebidas travam uma luta contra a procrastinação levando-o à conflitos emocionais e ao cansaço físico e mental para executar atividades de esforço cognitivo prolongado.

Bem, até aqui citamos o que todos fazem quando mencionamos o TDAH: falamos das dificuldades!

Entretanto, precisamos ter um olhar otimista em cima do TDAH.

Geralmente as pessoas com TDAH, são pessoas muito inteligentes e criativas! E principalmente, são pessoas iguais a mim e a você. Elas apenas necessitam serem compreendidas para se sentirem aceitas dentro das suas dificuldades.

Elas levam uma vida normal e se sentem incluídas, quando passam a se conhecer e se aceitar, apesar das dificuldades amenizadas com tratamento psicológico e medicamentoso (este apenas se for receitado por médico especialista). Porém, até elas se entenderem e principalmente, aceitarem o transtorno como uma condição tratável, elas já percorreram um caminho muito sofrido.

O preconceito que nos deparamos, assim como em outros transtornos, são mais frequentes do que imaginamos. Hoje ainda encontramos quem desconhece o sofrimento que pessoas com TDAH passam, por conta dessa desinformação que magoa e não as ajudam em nada. E muitas vezes ele começa dentro de casa, na escola, no trabalho, nos relacionamentos pessoais...

Quais características devemos estar atentos para procurarmos um profissional especializado?

Na criança:

Baixo desempenho escolar, distração constante para tarefas que não lhe despertem interesse (é um contraponto quando estão por exemplo, jogando videogame), agitação motora (parece que não desliga), perda de pertences, esquecimento de comandos e solicitações, desorganização com seus materiais e brinquedos, postura lenta e/ou preguiçosa para algumas atividades de baixo interesse, sem noção do perigo, interpela e atravessa conversas sem esperar sua vez demonstrando impaciência...

No adulto:

Pouco foco atencional para tarefas que exigem esforço mental prolongado, atenção difusa sem qualidade, impulsividade para falar e agir sem pensar nas consequências, inicia tarefas e não as conclui, desorganização com o tempo para compromissos, tarefas e até mesmo com as rotinas do dia-a-dia, procrastinação perante tarefas de pouco interesse se contrapondo às tarefas ou atividades prazerosas, onde mantém um bom hiper foco, dificuldade em planejar uma agenda por exemplo, e manter nela aquilo que se propôs, dificuldade em ser assertivo, inquietação motora ou excesso de dinamismo para certas atividades, impaciência com pessoas prolixas...

Assim que perceberem essas características procurem logo ajuda. Quanto mais cedo iniciar o tratamento menor será o sofrimento do paciente e da família. O diagnóstico do TDAH, assim como outros transtornos, costuma ser clínico, ou seja, não existem exames específicos, mas se o profissional solicitar, ele provavelmente estará descartando outras hipóteses diagnósticas. Os profissionais indicados são o psicólogo e o psiquiatra, que irão orientar o tratamento mais adequado e eficaz para cada paciente. Normalmente o acompanhamento psicológico combinado com a medicação certa, produz resultados que são logo observados.

Devido as mudanças positivas logo no inicio do tratamento, há um alto índice de abandono do mesmo. O paciente ou os pais, assim que observam uma evolução no quadro clínico, suspendem tanto as medicações quanto o acompanhamento psicológico. Para o paciente é frustrante, porque em alguns casos há um retrocesso significativo agravado pelas dificuldades que emergem, influenciando o comportamento que potencializado pela ansiedade, ocasiona uma série de problemas que poderiam ser evitados com a continuidade do tratamento.


Patrícia Costa

CRP: 05/15.718

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