A síndrome de burnout é resultante do estresse prolongado no ambiente de trabalho. O Burnout desenvolve uma exaustão emocional inibindo aquele sentimento de realização pessoal e afasta o indivíduo, retraindo suas relações pessoais.
É muito comum esse transtorno estar associado com outros transtornos psiquiátricos, quando isso acontece, traz consequências ainda mais destrutivas para o indivíduo.
Pesquisas revelaram que a síndrome de Burnout vem ganhando muito destaque no Brasil, ela é vista como um empecilho social de ampla relevância, uma vez que se encontra relacionada a grandes perdas pessoais, profissionais e organizacionais.
As perdas organizacionais estão relacionadas ao absenteísmo, à rotatividade de pessoal e aos problemas de produtividade e de qualidade, já as perdas pessoais e profissionais, evidenciam graves problemas psicológicos como as metas e as cobranças por resultados, as horas extras, entre outros, levando o indivíduo a um grau de esgotamento emocional tão grande, tornando-o totalmente incapaz para o trabalho. A síndrome não poupa executivos e nem empreendedores.
A exaustão emocional se reflete na falta de envolvimento com os resultados, nos conflitos e nas relações interpessoais, nas condutas voltadas para si mesmo, na alienação, na ansiedade, na irritabilidade e na desmotivação pelo trabalho e consigo mesmo. Sempre caracterizada pela baixa realização profissional e uma tendência a se auto avaliar de forma sempre negativa, experimentando sentimentos de fracasso e baixa competência.
Por ser uma síndrome demasiadamente recorrente e uma doença ocupacional reconhecida como um problema de saúde pública que pode ser evitada, o assunto precisa continuar a ser estudado e debatido para que mudanças positivas baseadas em evidências científicas, minimizem sua incidência e melhorem as relações entre o trabalho e a saúde mental dos trabalhadores.
"A falta de humanização, de promoção do bem-estar no trabalho, da menor participação do colaborador nas tomadas de decisões, tudo isso, interfere diretamente com a qualidade de vida no trabalho e envolve fatores intrínsecos e extrínsecos, afetando diretamente as atitudes pessoais tanto quanto as comportamentais, repercutindo na baixa produtividade individual e coletiva." (PRADO, 2016)
A síndrome de Burnout requer uma parceria entre um Psicólogo e um Psiquiatra. Normalmente esse tratamento é realizado através de uma combinação medicamentosa e o acompanhamento psicológico.
Quando o paciente faz o tratamento de forma adequada, os sinais de melhora poderão ser logo observados.
Contudo, se o paciente não segue o tratamento pelo período necessário e recomendado, poderá apresentar uma piora nos sintomas. E isso infelizmente, acaba sendo muito comum, pois há uma tendência do paciente aos primeiros sinais de melhora, abandonar o tratamento.
Patrícia Costa
CRP: 05/15.718
De acordo com a International Stress Management Association - ISMA-BR, o Brasil é o 2º país com o maior número de pessoas com Síndrome de Burnout.
De acordo com a pesquisa realizada em 2019, ela atingiu 32% dos trabalhadores brasileiros, o equivalente a 33 milhões de pessoas.
O transtorno acaba de ser oficializado pela Organização Mundial de Saúde - OMS como uma síndrome crônica e inclui o Burnout na nova Classificação Internacional de Doenças - CID 11, que deve entrar em vigor em 1º de janeiro de 2022.
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