Foi uma mudança repentina que afetou jovens e adolescentes com uma carga muito grande de ansiedade.
A pandemia modificou rotinas e trouxe sofrimento mediante as mudanças sociais, vulnerabilizando o equilíbrio e o bem estar mental e os jovens e adolescentes têm plena consciência disto. Compreender que houve um sequestro desse período da vida, é o primeiro passo para encarar esse momento.
Paralisar perante esse cenário, é Chorar por algo que não vai mais voltar. Então é preciso enfrentar esse luto e essa frustração, como algo que pode e deve ser construído positivamente.
A ansiedade é responsável por desestabilizar conexões neurais que acontecem no nosso cérebro, contribuindo diretamente na maneira como nos comportamos.
E que fatores influenciam negativamente nessa mudança de comportamento?
O abuso das ferramentas tecnológicas contribuem e influenciam negativamente no comportamento, com maior tempo de exposição diante dos dispositivos eletrônicos (smartphones, tablets, vídeo games, computadores...), maior permanência nas redes sociais aliada à necessidade de se manter conectado, problemas de adaptação com as rotinas de estudo online.
A quebra da rotina é outro fator de influência. Com a pandemia houve diminuição das atividades físicas, descontrole com alimentação e com horários de sono, refeições e tarefas que prejudicaram muito o dia a dia.
A instabilidade emocional vivenciada nesse período com o luto pela perda de parentes, amigos e/ou conhecidos pela doença, o isolamento devido as restrições, a falta de convívio frequente na escola e com os amigos junto a necessidade de socializar, a preocupação com o futuro e a perda de sonhos e experiências também foram determinantes.
Esses são apenas alguns dos fatores comportamentais e emocionais que contribuíram no aumento do quadro de ANSIEDADE nesse cenário pandêmico. Mesmo aquele jovem ou adolescente que não foi diagnosticado com TDAH, por exemplo, vem sofrendo dos sintomas característicos deste, como: dificuldade de concentrar a atenção facilidade de se distrair problemas com organização dificuldade em planejar dificuldade para reter informações com constantes esquecimentos descontrole na regulação emocional e na impulsividade.
Todos nós precisamos de estabilidade emocional, de amigos, socializar, sair, viajar, curtir, porque isso é se divertir e ter prazer, porém são atividades difíceis em tempos de isolamento social.
Para manter o mínimo de equilíbrio na saúde mental, um fator muitas vezes banalizado, mas de profunda importância é a ROTINA!!! A rotina deve ser cumprida por todos os membros da família, não só pelos jovens. Cumprir horários para dormir, acordar, se alimentar, estudar, ter pequenas obrigações dentro de casa (afinal ela é sua também), controlar o tempo de exposição nas redes e nos dispositivos eletrônicos, tudo isso influencia para o bem ou para o mal.
Os momentos de lazer junto à família, são fundamentais em qualquer ocasião e se falando de pandemia, mais ainda. Fazer algo JUNTOS poderá ser muito prazeroso: Uma conversa sobre um tema ou assunto onde todos possam argumentar e debater é um exercício importante para formar opiniões, executar tarefas dentro de casa contribuindo com o senso de responsabilidade comum, escolher jogos coletivos sejam de tabuleiro ou até videogames, assistir filmes ou séries, nessa hora cabe o senso de coletividade, assim como descobrir juntos outras atividades que possam proporcionar prazer e fortalecer os laços nucleares. No mais, encontrem o que gostam e façam! Sejam criativos e promovam esses mesmos momentos também com seus amigos. Cuidem do emocional! Claro, dentro das possibilidades nesses momentos de flexibilização das restrições sociais. Outra dica: pratiquem algum tipo de exercício, se não der para sair animem-se para realizar dentro de casa mesmo.
Higiene do sono é fundamental! Prepare seu ambiente antes de dormir, evitando o uso de dispositivos eletrônicos. Aposte numa leitura! E cuide da sua alimentação, evite os alimentos gordurosos e que são estimulantes, próximo à hora deitar e tente algo morninho, como um copo de leite ou uma xícara de chá.
Fazer exercícios de respiração pode parecer uma bobagem mas uma boa oxigenação no cérebro controlando a respiração, ajuda bastante com a ansiedade.
Patrícia Costa
CRP: 05/15.718
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