Hoje resolvi escrever sobre as relações familiares. Demandas que estão sempre tão presentes no consultório. Elas chegam através de pais buscam ajuda para compreender melhor seus filhos e também através de filhos que se sentem sufocados em razão de uma "educação mais rígida", impedindo vivências necessárias para o seu amadurecimento. Como encontrar o ponto de equilíbrio entre o cuidado e a liberdade?
Filhos e pais são únicos e ambos não vêm com configurações ajustáveis, não possuímos um botão automático de configurações, não é mesmo? Somos falhos e precisamos encontrar o difícil ponto de equilíbrio que vai trazer o ajuste fino da liberdade, da responsabilidade, do amadurecimento e da disciplina para a relação.
Num processo psicoterapêutico a família tem uma participação muito importante no desenvolvimento dos filhos. Primeiro, ela necessita entender o que está acontecendo, segundo, ela precisa estar aberta a fazer parte desse processo junto com seu filho e terceiro, saber que em alguns momentos terão que se sacrificar e abrir mão da sua própria liberdade em prol de atitudes num direcionamento mais adequado à situação.
Independente da demanda, cada família traz a sua angústia em relação aos desdobramentos do processo e assim como os pacientes, também necessitam de orientação e às vezes até de um acompanhamento, como no caso de filhos com TOD, por exemplo. O TOD, transtorno opositivo desafiador, pode desestruturar toda uma família se esta não receber orientações de como lidar com as situações criadas por esse transtorno. Numa visão generalista, com ou sem um diagnóstico alguns pais se sentem realmente despreparados para conduzir ou lidar com situações, cuja a falta de conhecimento sobre determinados assuntos ou comportamentos irão exigir deles uma experiência que eles ainda não têm.
A orientação parental é uma ferramenta valiosa de apoio às competências parentais, porque acolhe não somente dúvidas, mas toda aflição por trás da demanda que chega ao consultório com seus filhos.
Patrícia Costa
CRP: 05/15718
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